domingo, 21 de setembro de 2008

A Dança

Bom, eu fiquei de postar o comentário sobre o começo da última aula, de 19 de setembro. Aí vai!

Começamos a aula com uma dança circular e, como em toda dança circular, era importante olhar nos olhos das outras pessoas. Foi muito gostoso. Esses momentos funcionam como um "quebra-gelo", "quebra-postura"...
A dança era em pares e depois se ia percorrendo toda a roda até que reencontramos a pessoa inicial.
Mas não posso deixar de dizer que a aula foi maravilhosa e espero que todas as colegas entendam como é importante esse tipo de vivência para que a nossa prática se torne mais humana, plástica, consciente e prazerosa. A gente tem que mexer por dentro pra poder modificar a nossa realidade.
Com o meu carinho...

Um comentário:

Solange disse...

aOi colegas,
Enfim consegui entrar e vou tentar escrever mais um pouco sobre a aula do dia 19 de setembro.
Novo encontro, novo olhar, novas experiências.
O corpo faz a primeira relação com o mundo, o olhar encontra o outro antes do toque. O encontro de sujeitos requer o envolvimento dos sentidos, a leitura (e releituras porque é mais do que ver é interpretar), a ludicidade.
Começamos lendo os olhos durante a dança e continuamos lendo os olhos: cada uma da dupla procurou traduzir em uma palavra o que leu nos olhos da colega e colou a palavra na testa dela, sem que ela visse. (O mais difícil foi o papel colar.) Será que lemos direito??? "O olho no olho" leva a ver a expressão. Mas, cuidado: o olhar pode ser preconceituoso.
Trocamos as duplas e tentamos transmitir o que estava escrito na testa da colega através de mímica. A leitura do corpo todo, do movimento.
Depois lemos as mãos das colegas. As leituras foram fantásticas.O tato, as linhas e as entrelinhas, a sensibilidade, a intuição, a imaginção, o "faz de conta..."
Voltamos para a roda e fizemos composições de corpo - uma pessoa entrava na roda, fazia um movimento e congelava, outros entravam, participavam da cena e também congelavam, muitas vezes modificando a intensão do primeito. Variadas leituras, variadas intervenções, gerando o enriquecimento da cena. Disseram: "Ao entrar na roda, os participantes mexem com a história que o outro criou." e "Para quem vê da roda - de fora - é mais fácil reconhecer o que cada um quis criar do que para quem entra na cena."
Olhamos o quadro na parede. Uma pintura, imagem estática imaginação voadora, relações com outras imagens que cada um leva consigo.
Mais uma experimentação: leitura tátil. Uma colega lia o objeto que recebia, nós outros, montávamos o "quebra-cabeça" de suas palavras, sentidos, que objeto era?
Variedade de textos, tudo precisa ser lido, daí a experiência com suportes variados e o diálogo de leituras ser fundamental. Afinal, uma obra se completa na leitura do outro.
Até a próxima postagem...